É a fé cristã dependente de impressões subjectivas por parte de quem crê?

Nos dias que correm, a fé, mesmo entre os cristãos, tem-se banalizado como algo totalmente intimista, tão dependente de sensações pessoais como se fosse uma espécie de registo sentimental de uma filosofia de vida que se assumiu.

È exactamente esta postura face à fé que permite a algumas alas políticas da nossa sociedade defender a restrição da prática da religião à dimensão privada da nossa cidadania.

Não posso censurar quem assim raciocina, pois reconheço que também nós, os crentes, ajudamos a fomentar esta opinião através da forma como abordamos, encaramos e vivemos a nossa fé.

Mas não era esta a opinião dos apóstolos e primeiros cristãos. Para eles falar de um exercício privado da sua fé não fazia sentido algum, já que aquilo que tinham «visto e ouvido» era do domínio público, objectivo, factual. Algo que podia ser confirmado, confrontado, reconhecido. As suas “crenças” não estavam dependentes de impressões subjectivas, de sensações fugazes, mas de algo que tinha acontecido na história e que, portanto, podia ser estudado, verificado, comparado, investigado, analisado. As palavras do apóstolo Paulo são até provocantes, como que a dizer “se não acreditam em mim investiguem vocês”: « Jesus Cristo […] foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, […] depois foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora» I Cor 15:3-6

A fé cristã propriamente dita começou com a ressurreição de Jesus Cristo e esse evento é histórico.  O princípio nossa fé está baseado num facto. E isso exige de nós, cristãos, uma postura diferente diante da mesma…

One Comment to “É a fé cristã dependente de impressões subjectivas por parte de quem crê?”

  1. A reflexão é excelente e muito pertinente. No entanto, meu comentário é uma pergunta: Qual a postura mais adequada que cada cristão deve desenvolver para trazer a fé de volta ao domínio público, visto que fomos nós mesmos que contribuimos para que esta fosse classificada como sendo de foro íntimo e pessoal? Como a igreja pode ajudar?

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